segunda-feira, 7 de junho de 2010

YOGA: RUMO À CONSCIÊNCIA ORIGINAL

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O mais famoso aforismo de Patánjali (o codificador do Yoga) fornece a diretriz de todo o seu tratado de Yoga. Nele Patánjali oferece uma definição muito clara sobre o assunto. Patánjali foi um grande sábio que codificou o vasto conhecimento do Yoga em um texto de apenas 196 sintéticos aforismos. De acordo com este aforismo, Yoga é um estado de mente completamente livre de todas as tendências reativas. A mente neste contexto deve ser considerada não apenas como um instrumento de um processo de pensamento, mas como um campo onde o pensamento e a emoção funcionam juntos.

Por meio de suas atividades emotivas e de pensamento, constrói certas tendências, as quais são descritas no sutra acima como vrittis. Essas tendências são os sulcos da mente nos quais o fluxo de pensamento-emoção inevitavelmente flui e poderiam ser, com maior propriedade, chamadas de hábitos da mente. Sabe-se que esses hábitos são os centros de reação formados na mente. Através da formação destes hábitos a mente e suas atividades exibem características de impulsos reativos. Até mesmo um exame casual das atividades da mente convenceria qualquer um de que nossos pensamentos são nossas reações a impactos que colidem com nossa consciência. Quando dizemos que estamos pensando, na verdade, estamos envolvidos em um processo de reação.



Com o passar do tempo, esses centros de reação tornam-se mais e mais fortes. Forma-se dentro da mente uma cadeia de reações. Essas tendências reativas tornam-se nossos hábitos. Acostumamo-nos tanto com elas que começamos a considerar o hábito nossa segunda natureza. Na verdade, a segunda natureza transforma-se em nossa única natureza, pois somos alheios a qualquer condição da mente que seja livre de centros reativos. É óbvio que esta segunda natureza é nossa natureza adquirida - contraída através de repetidas reações no decorrer do tempo, não importando o padrão dessas reações.

Patánjali diz que o Yoga consiste em dissolver esses centros de reação. Devemos lembrar que Yoga não significa o desenvolvimento de novos hábitos em oposição aos antigos. Requer a dissolução do próprio centro do hábito. Uma mente na qual não há centro de reação ou hábito é, realmente, uma mente livre. O Yoga é, portanto, o estado da mente completamente livre - não uma mente livre de certos asssim-chamados maus hábitos. Qualquer hábito, mau ou bom, condiciona a mente. Se o Yoga liberta a mente de todos os centros de hábito, então, certamente, indica um estado em que a consciência é pura e inocente, sem vestígio algum de condicionamento. Além de não ser uma mente não-corrompida, isenta de todas as tendências corruptoras de reação e, também, uma mente incorruptível.



Se uma mente é livre de certos hábitos, ela pode, então, ser não-corrompida por algum tempo, mas, se os centros de hábito ainda existem, tal mente não-corrompida tornar-se-á, logo, corrompida. Ter uma mente incorruptível é sugerir que não há centro de reação ou hábito presente na mesma. Uma mente assim está estabelecida no Yoga. Sem centro de hábito, está sempre nova. Quando todas as tendências de uma natureza adquirida são negadas, a mente retorna ao seu estado original de inocência. Realizar um encontro com este estado original é, na verdade, o objetivo e propósito maiores do Yoga. Assim, o Yoga é uma jornada da natureza adquirida para a natureza original da consciência.

Yogah cittavritti nirodha Yoga é a dissolução dos centros de reação da mente Patánjali - Yoga sutra I,2

ROHIT MEHTA em Yoga, a Arte da Integração da editora Teosófica.

ABRAÇOS À TODOS!

NAMASTÊ

2 comentários:

OBRIGADO PELA VISITA, ABRAÇOS!!